A abolição do Carnaval

Confesso que tenho memória de
mamute para algumas coisas. Não me consigo abstrair do que sucedeu o
ano passado. Avivo a memória para quem está esquecido.Por esta altura, o
ano passado, e quando a equipa da "troika" mergulhada nos "dossiers
quentes" do meu Portugal, os meus conterrâneos celebravam de forma
animada e despreocupada o tão clássico Carnaval. Haja alegria e boa
disposição. Sempre foi assim e sempre continuará a ser. Para quê
preocupar-me se já está tanta gente preocupada? Isto aplica-se a todo e
qualquer domínio que se possa imaginar.
Empreguei
bem o tempo verbal. Celebravam. Não celebrarão mais. Acabou.
Infelizmente para eles e felizmente para mim e para pessoas que tal como
eu são responsáveis, pagam impostos e não têm para si feriado é
sinónimo de não produtividade. E se existe por cá. Mas é importante
efectuar uma correcção..Até se pode continuar a celebrar o Carnaval. Mas
recorrendo a dias de férias ou com colocando-se a jeito para uma
redonda falta ao serviço. Pessoalmente, creio que quem é verdadeiramente
folião optará por meter uns dias de férias. Ou não. Parece que os dias
de férias também vão diminuir...
A festa carnavalesca surgiu a partir
da implantação da Semana Santa pela Igreja Católica e celebrando os 40
dias que antecedem a Quaresma. Quer uma celebração, quer outra (Páscoa),
são celebrações religiosas. Mais uma vez questiono o porquê dos ateus
(durante o restante ano) celebrarem mascarados (ainda por
cima) esta festividade religiosa que é o Carnaval. A mesma análise
aplico aos ateus que celebram o Natal. Mas já falei sobre isso e não me
quero repetir.
Diz-me quem eu questiono sobre estas
minhas questões existenciais que são costumes enraizados na nossa
sociedade. Costumo perguntar se porventura se vingará o costume de
passar a abastecer de combustível um dos carros lá de casa. Sem roupa.
Será que os outros Clientes acharão piada à ideia e seguirão esta minha
excelente e inédita ideia? Veremos.
Estas teorias "peregrinas" acerca dos costumes deve ser seguido...nunca me convenceram. Nada mesmo. E acabo de dar um exemplo de como os costumes podem ser implementados.
Por outro lado, há a questão do
turismo. Há localidades cujas economias "vivem" desta época: Torres
Vedras, Sines, Figueira da Foz, Ofir, Loulé, Açores e Madeira.
Lembrei-me assim de repente destes exemplos. É claro que estas
localidades não vivem exclusivamente desta altura particular do ano. Mas
reconheço que é um fenómeno regular (anual) com uma importância
significativa nas suas economias ao nível particular / local.
Discordo da forma de contestação
encontrada pelos autarcas e que passa pela realização das festas à
revelia e contrariando o deliberado pela Tutela. Ou seja, a concessão de
tolerância de ponto. Enquanto os demais portugueses não gozam do
feriado e vão trabalhar, por forma a poder contribuir com mais um dia de
trabalho para que o País saia do marasmo económico em que se encontram,
outros portugueses (os de primeira) vão bailar mascarados. Não faz
sentido e revela que estes mesmos autarcas que defendem a não divisão do
País em regiões...acabam por agir de forma autónoma e diria mesmo
ofensiva para com o Governo da República. Mas quando calha pedir
dinheiro...é sempre "ao mesmo". Como aconteceu recentemente com um
digníssimo representante do arquipélago das bananas.
Fico feliz pelo facto de alguém com coragem ter abolido o feriado de Carnaval.
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